Atuei como executivo financeiro por cerca de 20 anos e pude presenciar diversos movimentos das empresas ao longo deste período – desde o enfrentamento do bug do milênio, passando por algumas implantações de ERPs até a “transformação digital” e os processos de automação tão falados no presente momento.
Tendo vivido como empreendedor de tecnologia por 5 anos e passado a atuar como investidor de venture capital há 1 ano, continuo a ver as mesmas dores dos executivos nas grandes empresas. Cortes de custos, busca na melhoria da qualidade de atendimento ao cliente em um mundo cada vez mais conectado e o enfrentamento das leis tributárias complexas – comuns a todos os setores, mas desta vez, tem uma diferença, a automação robótica de processos (do inglês robotic process automation, ou RPA) já é uma realidade em diversos setores econômicos pelo mundo afora e chegou forte no Brasil também.
Que os robôs feitos de hardware já tinham revolucionado as indústrias e suas linhas de produção todos sabemos, mas poucos, como CTOs de grandes empresas e consultores de TI, sabem que eles permitirão a redefinição de processos e a reorganização de empresas das mais diversas áreas.
Esses robôs de código já estão atendendo clientes, pagando contas, processando notas fiscais, otimizando rotas logísticas e até vendendo. As empresas “Early Adopters” já experimentam considerável redução de custos, aumento de receitas, maior eficiência e qualidade nos processos dos negócios, com maior satisfação dos clientes – especialmente os millenials, que já não querem mais falar com pessoas para resolver problemas.
Algumas dessas tecnologias robóticas pertencem ao campo da Indústria 4.0, mas, na verdade, deveriam ser rotuladas de Serviços 4.0. Pela sua natureza, a integração de robôs em plataformas habilitadas com Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IOT), Big Data e Machine Learning (ML) é altamente viável e expande muito as possibilidades de ganhos de todas as formas para quem adota essa prática. Essas tecnologias combinadas passaram a ser usadas cotidianamente pelas startups e estão sendo incorporadas à rotina de praticamente todos os ambientes empresariais.
De acordo com a pesquisa da Markets and Markets Global (https://www.marketsandmarkets.com), o mercado global de automação de processos digitais deve crescer de US $ 6,77 bilhões em 2018 para US $ 12,61 bilhões até 2023, a um CAGR de 13,3% no período.
A automação robótica como tese de investimentos faz especial sentido na América Latina, onde o custo dos encargos trabalhistas, combinado com a complexidade tributária e processual de muitas atividades empresariais, faz com que recorrer à robotização seja uma estratégia de sobrevivência essencial para as empresas locais de todos os tamanhos.
Comparado a outros países, o Brasil em especial tem tamanha complexidade que atividades como atendimento ao cliente, conciliação bancária e entradas de documentos e cobrança necessitam de verdadeiros exércitos no back office - para citar apenas algumas funções relacionadas à administração que são executadas por 1 ou 2 colaboradores em países desenvolvidos.
Além da própria ineficiência das tarefas repetitivas realizadas pelos profissionais, os encargos trabalhistas, benefícios, recursos físicos e de gestão necessários para a realização e coordenação das atividades desempenhadas representam um enorme ônus financeiro para as empresas, especialmente as do setor de serviços e de varejo. O resultado é a perda de receita pelo atendimento ineficiente ao cliente, perda de lucratividade pelos custos elevados e qualidade variável na ponta.
Soluções e serviços de automação de processos digitais personalizados vêm trazendo benefícios cruciais para as empresas, ajudando-as a transformar a maneira como operam, simplificando seu fluxo de trabalho para impulsionar iniciativas críticas de negócios.
Enquanto a automação capacita as organizações a melhorar constantemente a experiência do cliente, inovar mais rapidamente e gerar aumento de receita, os métodos tradicionais limitam uma organização na hora de responder rapidamente às mudanças do mercado e às expectativas dos clientes em escala empresarial. Há várias oportunidades nessa área com a crescente demanda por agilização de métodos de negócios e integração de IA e ML.
A automação de processos digitais também enfrenta desafios, como problemas de compatibilidade com aplicativos e serviços de processos de negócios existentes e principalmente, a adoção lenta e desconfiada por parte das empresas. Existem muitos casos de insucesso e os resultados ficam frequentemente aquém das promessas feitas pelos consultores.
Outro fator que supostamente restringe seu crescimento é a questão da segurança e privacidade dos dados, já que a automação de processos lida com informações pessoais dos indivíduos. Até o momento, a forma mais frequente de implementação de RPA é através da combinação de consultoria de processos com a construção de robôs em fábricas de software – vemos uma tendência se configurando para que esse paradigma da oferta evolua para uma forma consolidada de solução, na forma de Software como Serviço.
Diante desse cenário em que o mercado aponta que cada vez mais empresas apostam no uso de ferramentas relacionadas à Indústria 4.0 nas suas operações diárias, a Bertha Capital decidiu investir na #Indigosoft, empresa que é líder de inovação nesse segmento no país.
Sua tecnologia é uma plataforma completa que tem a robotização como eixo, mas que congrega outras tecnologias que exponencializam os resultados para os clientes como Big Data, IA e ML.
A inovação foi transformar os principais processos empresariais que demandam um contingente numeroso de pessoas em “aplicativos” de serviços – como atendimento omnichannel, contratação de colaboradores, service desk de TI e processamento de notas fiscais em ERPs, para citar alguns exemplos.
O seu modelo SaaS muda completamente a forma como as empresas podem contratar e usufruir destas funções empresariais, com menos risco e custos por transação muito inferiores em comparação aos modelos tradicionais.
A #Indigosoft é uma das diversas empresas que transformarão a forma como produzem - uma tendência que vem se consolidando cada vez mais rápido com a digitalização de processos, a tomada de decisões baseadas em dados e a substituição de pessoas por robôs.
Como sociedade, cabe a todos nós enfrentar essa realidade pela capacitação e educação dos profissionais de atendimento e back office. Os desafios estão postos e as soluções estão disponíveis diante de um caminho que parece inevitável: a automação dos processos.
Artigo criado por Arnaldo Faissol Mendes
Managing Partner & COO na Bertha Capital
fonte: https://bit.ly/3xvpuJk
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