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“Bancões” x Fintechs: a disrupção vai além do óbvio


Por Fabricio Vendichetis Martins


Tendo como base tudo o que faço no meu dia a dia, que nada mais é do que transformar o ciclo de diversas empresas de uma maneira digital. Não tenho como fugir de um crédulo, íntimo e pessoal e fazer uma grande aposta de que a transformação digital do mercado financeiro não tenha como grande elemento catalisador as startups, apesar de serem mais leves e “digitais”, mas também serão facilmente substituídas pelos “donos dos clientes”.

Pode parecer óbvio, mas não é! Quando passamos a primeira barreira de um olhar míope, clássico e presente em todos os discursos dos “magos digitais” que toda grande empresa “já tem” hoje em dia, começaremos a ver que nem toda a salvação para os males causados pelos grandes Bancos esteja baseado na dicotomia da eficiência e na “jornada” do cliente. É inquestionável que as fintechs são massivamente especialistas e mais eficientes, mas precisamos dar um passo adiante e nos perguntar o que realmente é uma experiência transformadora.


Os seres humanos são cíclicos, para não dizer óbvios. Quando vejo os bilionários investimentos em tecnologias disruptivas e criação de “centros de inovação” pelos grandes bancos, apenas me servem como um barômetro para a mudança da indústria e demonstram que já não sabem o que fazer. O antídoto? “Elementar, meu caro ‘Watson’” – sem trocadilhos, o crescente surgimento de startups disruptivas e suas altas valorizações seriam mesmo antídoto aos velhos hábitos? Esses dois pontos me alertam ao óbvio. Essa colisão intensa entre os dois mundos, fazendo a aceleração da turbulência da indústria e gerando uma ruptura na cabeça do cliente, deixará todos fadigados.


Essas fusões não conseguem curar a necessidade de mudança de paradigmas no médio prazo e, o pior, irão gerar muita desconfiança. É de tendência naturalmente humana entender que o modelo mental predominante seja manter a visão “do mesmo”, destruindo assim uma agenda inovadora, até que alguém faça! E fazer, nesse caso, será a mudança paradigmática de toda estrutura e na maneira de pensar, ou seja, será a revolução total.

Mais um passo para construção do meu palpite dessa revolução é quando imagino o cidadão global. Mesmo sendo uma futurologia de baixa probabilidade, não podemos deixar de ver que a grande barreira dessa transformação seja menos encantadora e digital, mas sim – deixando o romance de lado – sabemos que muito ainda não foi feito devido regulamentação arcaica e protecionista dos órgãos que, podemos assim dizer, controlam os mercados de cada país. Isso será verdade até que não seja mais verdade! Como? Mesmo sendo insano, apenas estimulo-os a pensar o quão difícil e “impossível” está de uma nação resolver ‘criar’ um cidadão mundial? Loucura ou não, a massificação das criptomoedas são a base de todo esse tempero. E nada diferente de nações que buscam hoje ser acolhedoras aos endinheirados que fogem de impostos impraticáveis em suas terras natais.


Quando colocamos todos esses temperos no nosso molho, somados à predominante e massiva dominação da indústria de tecnologia, não há como pensar de forma diferente. Eureca! Sim, temos os elementos presentes em todas as revoluções: Mercado carente, soluções que aliviam mas não resolvem, o dinheiro em uma digital wallet global e o cliente na palma da mão de bilhões de smartphones.


Dessa forma, faço a pergunta de trilhões de dólares e onde vou apostar minhas fichas: Quem é o dono do cliente? Quem sabe transformar a vida do cliente? É a revolucionária fintech, ou o Android (Google) e o iOS (Apple)? Acho que não precisamos perder mais tempo discutindo se isso é uma realidade, ou mesmo se uma região como a Singapura (hoje casa do brasileiro Eduardo Severin do Facebook) terá a audácia de criar o berço base para o cidadão mundial. A pergunta é quando? Porque meus caros, não há nenhuma barreira técnica ou dificuldade de implantação, para essas Big Techs se tornarem um banco.

Banco mundial com colaboração mundial (regional x global)? Autorregulado (cliente bom x cliente ruim)? Com taxas baixas (todos são investidores e tomadores)? Sem conversão (cambio nacional x global)? Quer saber? Só posso apostar nisso mesmo, pois isso sim é o que eu quero como cliente, não propagandas na TV e na prática pouco conteúdo. Fintechs vendendo o novo, mas que fora o App, contratam e fazem da mesma forma que seus concorrentes! Podemos simplificar dizendo que o que puder ser digitalizado, será. O que puder ser compartilhado, será. E o que puder ser feito sem intermediários, será. Uma consequência disso é o processo de desagregação de indústrias consolidadas, como bancos.


Prometo que paro aqui, mas aos mais curiosos, vale a pesquisa se algumas dessas Big Techs aí já entraram com pedido no Banco Central para ser banco. Surpreenda-se… E me chama para conversar que tenho muito mais elementos.

Essa é a “Aposta #1 “ de 3, da série de indústrias que serão afetadas pela Transformação Digital.


* Fabricio Vendichetis Martins, empreendedor e alquimista digital. Founder e CEO da Indigosoft, única empresa no Brasil de BPO Digital, sendo a fabricante de seus softwares de robotização.



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