“De um grupo de dez amigas, pelo menos sete já foram agredidas na internet. Talvez você mesma seja uma delas” – é com essa estatística que se apresenta ISA.bot, uma robô virtual programada para ajudar mulheres a lidar com violência online. O nome é um acrônimo formado por “informação”, “segurança” e “acolhimento” – e já sugere a intenção da ferramenta.
Lançada no final de novembro, ela é uma inteligência artificial na forma de chatbot (programa que “conversa” com a internauta). A partir de dicas sobre denúncias e links informativos, fala sobre vazamentos de fotos íntimas, ameaças em redes sociais e invasão de contas de email.
O projeto se junta a outras iniciativas similares, como a Beta, a “robô feminista” lançada no Facebook em 2017 para dar informações sobre feminismo e atualizar as usuárias sobre projetos de lei referentes a direitos das mulheres, também a partir de uma “conversa” por chat.
Como usar. Para falar com a ISA.bot, basta clicar no botão de “Enviar mensagem” na página do Facebook ou chamá-la pelo assistente virtual do Google – falando “OK Google” em um celular com sistema Android e, em seguida, dizendo “Falar com robô Isa”, segundo as criadoras.
A partir daí, ela sugere duas opções à usuária: “Ajuda agora!” e “Saiba mais”. A primeira é para os casos urgentes, em que já ocorreu a violência (como racismo, ameaças e extorsão a partir de imagens sexuais). A robô não realiza denúncias, mas dá o passo a passo para efetuá-las. No caso de quem está sendo ameaçada, por exemplo, ela explica como denunciar o agressor para as próprias redes sociais em que o caso aconteceu e disponibiliza a lista de delegacias de cibercrimes em todo o Brasil.
Já a opção “Saiba mais” é para aprendizado a longo prazo: a robô compartilha links de organizações de apoio a mulheres e sugere como ajudar amigas.
Ativismo. A ISA.bot também oferece ajuda para ativistas: “Sei que algumas pessoas têm mais chances de sofrer ataques direcionados. Por isso, preparei um ambiente seguro e acolhedor com uma série de informações e ferramentas específicas para ativistas, jornalistas, militantes, lideranças comunitárias, líderes empresariais e equipes de campanhas políticas”, explica, no site. Quem quer participar deve enviar um email para receber uma senha.
Parceria. A robô foi desenvolvida pelas ONGs Think Olga e Nossas.org, com apoio do Facebok, do Google e da ONU Mulheres. No final de novembro, foi apresentada na Câmara dos Deputados.
fonte: https://bit.ly/2FtRft2
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