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Tecnologia pesada pode frear coronavirus



Grandes empresas e organizações de tecnologia estão unindo esforços em grandes proporções para barrar o avanço do coronavírus pelo globo. A mais recente surgiu na segunda-feira (23): será uma força-tarefa do governo americano com algumas gigantes de tec, para juntar recursos de supercomputação para barrar a pandemia. Outras ações que estão ocorrendo no setor são a Folding@Home, uma reunião de computadores de todo o mundo para criar um megaprocessamento de dados para achar uma solução; o Summit, supercomputador da IBM, achando possíveis substâncias para prevenir o contágio; e Amazon e Alphabet (do Google) trazendo suas soluções de testes clínicos em larga escala.



Consórcio das grandes de tec


IBM, Amazon, Microsoft e Google estão confirmados na "COVID-19 High Performance Computing Consortium" (Consórcio de Alta Performance COVID-19), a força-tarefa anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, nesta semana. A aliança vai oferecer enorme poder computacional a cientistas, para que consigam desenvolver rapidamente algoritmos da contaminação, novas terapias e, possivelmente, uma vacina para a doença. As empresas vão trabalhar com o Escritório de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca, além do Departamento de Energia dos EUA.


Serão reunidos 16 sistemas de diferentes empresas e instituições, colocando à disposição dos pesquisadores 775.000 núcleos de processadores e 34.000 GPUs, somando mais de 330 petaflops de processamento por segundo. Isso inclui o Summit, da IBM, o supercomputador mais rápido do mundo. "Os pesquisadores poderão processar números enormes de cálculos de epidemiologia, bioinformática e modelagem molecular. Esses experimentos demorariam anos para serem completados manualmente, ou meses se usassem plataformas computacionais tradicionais", disse Dario Gil, diretor da IBM Research, empresa que criou e está coordenando a aliança.


Cientistas podem inscrever seus trabalhos no site do consórcio. As empresas irão oferecer supercomputadores, serviços de computação de nuvem, inteligência artificial, softwares, pesquisadores, técnicos e laboratórios. A Nasa também faz parte da aliança. Entre os parceiros acadêmicos, estão o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), o Instituto Politécnico Rensselaer, os laboratórios nacionais do Departamento de Energia e a National Science Foundation.



Folding@Home


Outra iniciativa, global e não-governamental, é a Folding@Home. Com 470 petaflops, ela já é mais poderosa do que os sete maiores supercomputadores do mundo somados. Mas como? É um projeto de supercomputação colaborativa em que qualquer um pode doar um pouco de poder computacional. Nas últimas semanas, 400 mil novos voluntários se uniram à rede, principalmente mineradores de bitcoin e gamers, com um objetivo: desvendar o mecanismo das proteínas do coronavírus e impedir que ele infecte nossas células.


Com uma capacidade computacional inédita à disposição, cientistas podem desenvolver possíveis curas ou vacinas mais rapidamente. Antes da pandemia, a Folding@Home, organizada pela faculdade de Medicina da Universidade de Washington, contava com cerca de 30 mil colaboradores, realizando pesquisas para tratamentos de câncer, Alzheimer e Parkinson. No canal do Twitch, é possível acompanhar algumas simulações em tempo real.


Cada bit conta e você também pode ajudar: basta instalar o aplicativo da Folding@Home e liberar parte de sua CPU ou GPU para combater o vírus. Leva apenas alguns minutos para configurar e não precisa fazer mais nada depois.



IBM


Este mês, o Summit, da IBM, identificou 77 substâncias químicas que podem ser usadas para impedir o contágio por coronavírus, após simular como 8.000 diferentes moléculas interagiriam com o Covid-19. Com 200 petaflops, ele realiza em torno de 200 quadrilhões de cálculos por segundo —ou seja, é um milhão de vezes mais rápido que o seu notebook. Pesquisadores da Universidade do Tennessee e do Laboratório Nacional Oak Ridge, onde fica o supercomputador, publicaram os resultados no periódico científico ChemRxiv. Agora, estão sendo realizados experimentos com estes 77 compostos, na tentativa de desenvolver um tratamento.


Além disso, a IBM tornou o coronavirus o segundo foco do "2020 Call for Code Global Challenge", sua competição anual de desenvolvedores. O objetivo é estimular programadores do mundo todo a criarem apps que contribuam para a superação da pandemia. As inscrições já estão abertas no site da competição, que inicialmente abordava apenas a mudança climática e seus efeitos. Os ganhadores receberão US$ 200 mil em dinheiro.



Amazon


A divisão de computação em nuvem da Amazon, a Amazon Web Services (AWS), lançou uma iniciativa de US$ 20 milhões para combater o coronavirus. O objetivo é acelerar a pesquisa e desenvolvimento de soluções de diagnóstico, principalmente um exame mais rápido e preciso para o Covid-19. Eles querem um teste que possa ser feito em casa ou em uma clínica com resultados na hora, que poderia reduzir o avanço da pandemia. Já a Amazon Care, divisão médica da empresa, se juntou ao projeto Scan (Seattle Coranavirus Assessment Network), financiado pela Gates Foundation, de Bill Gates. A Amazon está contribuindo com a logística de entrega e retirada de testes nas casas de pessoas sintomáticas na região de Seattle. A própria pessoa coleta uma amostra nasal, que é enviada para um laboratório. Além de realizar diagnósticos, o objetivo do projeto é estudar como a doença está se espalhando entre os diferentes grupos demográficos e calcular o seu avanço.



Alphabet


A Verily Life Science, divisão da Alphabet, empresa-irmã do Google, desenvolveu um sistema para que pessoas sintomáticas sejam testadas para o Covid-19, segura e gratuitamente, na Califórnia. Primeiro, uma ferramenta de triagem online detecta os casos mais suspeitos e de maior risco. Os pacientes, então, são direcionados para um laboratório móvel, em um local secreto, que funciona como um drive thru: amostras nasais são coletadas rapidamente por um profissional de saúde, dentro de seu próprio carro. Depois de alguns dias, chega o resultado. O projeto-piloto deve ser expandido para mais locais nas próximas semanas.



Tesla, GM e Ford


As três empresas de tecnologia automobilística receberam um "ok" do governo norte-americano para produzirem respiradores —essenciais para a recuperação de pacientes hospitalizados em estado crítico. Estima-se que 960 mil pessoas possam precisar do aparelho nos Estados Unidos, mas há apenas 200 mil no país todo, metade deles de modelos obsoletos.

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